domingo, 10 de abril de 2011

MINHA MISTERIOSA VIAGEM MÁGICA

Em todos esses anos de Beatlemania total e irrestrita, muitas pessoas me perguntam sempre por quê nunca fui em Liverpool. A verdade é que a simples idéia de passar horas trancado dentro de um avião, voando sobre o mar, sem poder fumar, beber ou ouvir minhas músicas, me apavorava muito!
Conhecer a terra dos Moais era um sonho que tinha desde os tempos de menino. Passava horas conversando com meu pai sobre a ilha e seus segredos. Mas nunca houve, de fato, uma oportunidade real de ir num lugar tão distante quanto esse. A preguiça vencia minha coragem e a desculpa que dava para mim mesmo é que não tinha grana. Muito bem. Um ano e dois meses depois do que aconteceu com meu pai, decidi que era chegada a hora. Mas não foi nada fácil! Minha luta contra a ansiedade começou uma semana antes de partir. Havia muito o que fazer, e tinha quase certeza que na última hora desistiria. As dificuldades começaram pela minha própria falta de paciência para atualizar documentos como passaporte e carteira de identidade (a minha tinha mais de trinta anos!). Depois, precisava de um certificado internacional de vacina contra febre amarela - graças à minha irmã, isso não foi difícil. O pessoal da agência onde trabalho também me ajudou bastante, "arranjando" tudo com a agência de turismo que atendemos. Tomadas essas providências, precisava de alguns "brinquedinhos" eletrônicos novos como um Smartphone e um Mp3 com muito mais capacidade de armazenamento que o que tenho. Nesses aparelhinhos, coloquei todos os discos dos Beatles remasterizados, dos ex-beatles, Badfinger e alguns discos que não conhecia. Na minha bagagem (uma mochila), além desses aparelhinhos haviam algumas roupas (poucas!), um tocador de fitas cassete, algumas fitas, um CD player, dois livros enormes - "O Diário dos Beatles" e "The Beatles Reloaded", dois pacotes de cigarros Hollywood, um mini-xadrez, algumas canetas, algumas revistas, um mapa de Santiago (Chile), outro da ilha de Páscoa, dois caderninhos novos e uma garrafa de Red Label (presente da amiga Michellen). Ainda faltava trocar meus poucos reais por dólares e pesos chilenos. Mas isso também não foi problema.
Na terça-feira (29/3), meu filho foi me deixar no aeroporto internacional de Brasília. Às 9 horas em ponto (para minha própria surpresa, talvez pela minha coragem), embarquei rumo a São Paulo (Guarulhos). Lá, esperei quatro horas até que chegasse o vôo que me levaria até Santiago (Chile). Depois de mais quatro longas horas, estava escurecendo quando o avião aterrisou. Chegando no hotel, liguei para minha mãe e meu filho. Estas seriam as últimas vozes conhecidas que ouviria durante vários dias. O vôo que me levaria até a ilha, só partir no dia seguinte à 1 hora da tarde. Sem muitas opções do que fazer, fui conhecer a beleza das chilenas e os encantos do pisco (bebida local). Na manhã seguinte, zanzei pelo centro da cidade e comprei alguns CDs. À medida que o tempo passava, a ansiedade foi tomando conta, até a hora de embarcar rumo à misteriosa ilha. Aí foi que a coisa começou a ficar preta mesmo!
Durante o vôo, de mais de 5 horas sobre a imensidão do Pacífico, fui tomado pela síndrome do pânico. Procurava me distrair com revistas e bebidas e algumas aeromoças gostosas tentavam me acalmar. Mas não conseguia parar de olhar pela janela imaginado o que aconteceria se acontecesse alguma coisa ali no meio do nada. “E se o avião caísse?”, “E se eu tivesse uma parada cardíaca ou um AVC?”, “E se houvesse um tsunami ou um terremoto?”. Essas questões quase me enlouqueceram. As imagens do livro “Robinson Crusoé” e o filme “O Náufrago” não paravam de passar em minha cabeça. Mas aquela tarde estava abençoada pelos deuses! Tudo correu bem e novamente estava quase anoitecendo quando o avião turbo-hélice sobrevoou a Ilha de Páscoa. Uma beleza quase inacreditável! Nenhum outro lugar do planeta pode ser tão solitário, belo e misterioso como Rapa Nui. E eu estava lá! Inacreditável!
A ilha é um grande cume vulcânico que se eleva desde o fundo até 500 metros acima do nível do mar. Este pequeno triângulo de terra de apenas 166 km² foi o berço de uma fascinante civilização onde os grandes e monumentais moais – gigantescas esculturas de pedras que estão espalhadas por toda a ilha são suas testemunhas mudas. Ainda que muitos deles tenham sido reerguidos sobre suas plataformas cerimoniais ou ahus, o certo é que há algumas décadas todos se encontravam esparramados no solo como em um campo de batalha, ou ainda inconclusos na pedreira do vulcão Rano Raraku.
Ainda no pequeno (mas muito bacana) aeroporto Mataveri, muitos moradores oferecem suas casas para os turistas se hospedarem. O governo chileno exige, que os turistas que visitam a Ilha tenham um documento chamado "Cartão de Visitante Rapa Nui", controlado pelo aeroporto de Mataveri. O cartão não restringe e nem impede as visitas, só tem como objetivo ajudar os órgãos turísticos a obter informações sobre as pessoas que chegam à ilha. A minha reserva era para o hotel Vai Moana, um lugar bonito e aconchegante (muito mais chique do imaginei!), que não ficava distante do aeroporto. “Vai Moana” quer dizer “mar azul”. Devidamente instalado, o próximo passo era encontrar um guia. Isso também não foi difícil. O próprio hotel oferecia esse serviço. Fui apresentado ao Ranu. Um cara muito educado de uns trinta anos nascido e criado lá. Quase um índio autêntico. Ele “foi com minha cara” logo de cara, e seria meu guia durante aqueles dias. Quando percebeu que eu não entendia uma palavra sequer do que dizia, adotamos o “espanhês”. Pedi que me levasse até a praia. Ele explicou que só haviam duas belas praias, mas que ficavam meio distantes. Demoraria um tempo até chegarmos lá e não era uma boa idéia. Mas disse também que poderíamos ir num lugar bacana ver alguns moais, mas não poderia fotografá-los àquela hora (23h?). Ofenderia os deuses! Ok. Lá fomos.
Meus amigos: a beleza do que vi era extraordinária! O céu, o mar, o brilho tão intenso das estrelas... foi absolutamente indescritível a sensação! Me afastei do Ranu, escolhi uma pedra, tirei do bolso meu Mp3, coloquei os fones, e aí o pau comeu! Era meu primeiro encontro comigo mesmo (e os Beatles) depois de vários dias. E advinhem qual era o disco que tocava aleatoriamente? “WITH THE BEATLES”. It Won’t Be Long. Adeus! Depois de mais de uma hora ali, vendo tudo aquilo e ouvindo tudo o que eu queria, numa das raras vezes na minha vida, me senti feliz! Me senti orgulhoso por ter ido tão longe. Então, Ranu me chamou. Disse que já era tarde e tínhamos que voltar. Durante o trajeto, perguntou se eu queria saber o que significava seu nome. Por hábito, ou descuido, respondi secamente que não. Ele se mostrou surpreso e magoado. Percebendo meu erro, perguntei se ele conhecia algum lugar para tomarmos uns drinks. Aí ele se animou! Disse que em restaurantes iria seria caro e que a casa de uma tia dele funcionava como bar popular. Aham! Resultado: 3 horas da manhã ele me deixou novamente no hotel. Eu não sabia mais o que era dormir há dias e precisava descansar. Alem de beber uma canhaça estranha, também fumei umas coisas estranhas. Ainda haveria muito o que ver! Outros moais, os templos antigos, os vulcões, as pinturas rupestres e a incrível paisagem que teima em tentar preservar esta tão rica cultura.
Acabei acordando no outro dia muito tarde e perdi tanto nascer do dia, o “café-da-manhã” e o encontro com Ranu. Então, outra guia se ofereceu pare me levar até a praia e contemplar, de fato, a beleza e os encantos da ilha. A partir desse dia, já me sentia o “dono da ilha”, dispensei os guias e passei a alugar cavalos. Assim, podia ir onde quisesse na hora que bem entendesse
O amanhecer em Rapa Nui é uma mistura de ares do Pacífico com os de uma fazenda bem rural. O som dos pássaros é variado e ao fundo ouve-se muitos galos e grilos cantando. Em toda parte da ilha há equinos e bovinos soltos, aludindo à uma época em que a liberdade era original. Durante o café da manhã do 3º dia, conheci um pequeno grupo de brasileiros de Florianópolis, e acabamos nos tornando amigos. Eram três: o "Billy (William Gomes Machado), sua esposa "Val" (Walquíria Azevedo) e uma amiga, a "Rê" (Renata Figuerôa), uma mulher encantadora que, na mesma hora cresci os olhos em cima dela. É claro que não me deu a menor bola. Juntos, fizemos vários passeios e algumas vezes fomos para a praia juntos ou nos encontrávamos para almoçar ou jantar. Mas o que eu gostava mesmo era dos meus passeios absolutamente solitários pela ilha. Já tinha até meus lugares favoritos.
Existem, aproximadamente, 3 mil habitantes nativos, sem enumerar os chilenos continentais que foram trabalhar na ilha e outros estrangeiros que deixaram a terra firme e se radicaram para sempre em Rapa Nui, enriquecendo com suas pousadas.
Rapa Nui (que significa terra grande) é um triângulo de aproximadamente 160 km² sobre o mar, cujos vértices foram formados há mais de dois milhões e meio de anos, através da erupção de 3 vulcões: Poike a leste, Rano Kau a sudoeste e Maunga Terevaka a noroeste. Sua paisagem é curiosa e a altura máxima é de 507 metros acima do nível do mar. Toda costa é rochosa, com exceção de suas duas únicas praias de areias branquíssimas: Anakena e Ovahe. De longitude 109º 26’ 10” oeste e latitude 27º 09’ 30” sul (um pouco abaixo do Trópico de Capricórnio), seu clima é marítimo com características subtropicais.
São dois os idiomas na ilha: o “rapanui” e o espanhol. Para cumprimentar um nativo diga “iorana” (olá) e para agradecê-lo diga “maururu”. O peso chileno é a moeda oficial, porém os preços são mais elevados do que no Chile continental. O peso chileno, representado pela sigla CLP, é a moeda oficial do Chile. Muitos outros países americanos, como Argentina, Colômbia, Cuba, Uruguai, México e República Dominicana, também adotaram o peso como moeda corrente. Mas a cotação do peso chileno difere totalmente, por exemplo, da cotação do peso argentino, colombiano ou uruguaio. Cada dólar americano vale em torno de 475 pesos chilenos. A LanChile detém o monopólio à Ilha de Páscoa e oferece duas alternativas para voar desde Santiago até a ilha: quarta e domingo.
Existem diversos tipos de hospedagem, entre albergues, pousadas e hotéis com preços que variam entre 15 e 120 dólares, a diária. A base da culinária local é o pescado (atum e corvinas), um prato custa em média 12 dólares. Uma Coca Cola US$ 3.50. O único restaurante francês da ilha: La Taverne Du Pecheur, cobra US$ 15 por um prato de carpachio de atum e um prato de ceviche do mesmo peixe custa US$ 13. As apresentações dos grupos folclóricos de dança são a principal atração às noites.
Durante todo o tempo que fiquei na ilha, de todas as músicas que levei, só ouvi The Beatles. Várias e várias vezes todos os "novos" discos remasterizados e para minha surpresa, fiquei "encantado" com o som dessas gravações. Se antes, ainda não tinha opinião formada sobre essa questão dos remasters, agora tenho: eles são tudo de bom! Você percebe com clareza cristalina cada voz, cada instrumento, cada palma! Claro que ouvia essas músicas num aparelho de última geração e com possantes fones de ouvido. Nota 10! Principalmente para os da 1ª fase.
Na quarta-feira, dia 6 de abril, era o dia em que voltaríamos, eu e meus amigos brasileiros para Santiago. O vôo partiria à 1 hora. E assim foi. A volta foi bem mais tranqüila do que a ida. E demorou menos tempo, quase uma hora a menos. Por causa das correntes de vento do oceano para o litoral. Fomos para os respectivos hotéis e ainda nos encontraríamos para jantar. Meu vôo para São Paulo só sairia no outro dia às 9h. Quando nos despedimos, o “selinho” e a piscada de olho da Renata me encheram de esperança. Estava feliz de voltar para casa e encontrar minha gente conhecida. Minha cidade, minha mãe, meus irmãos, minha casinha. Meu mundo! Lembrei de uma música de Paul McCartney “Return to Pepperland” e imaginei “Return from Pepperland”, afinal, havia estado no lugar mais distante possível. Escrevi no caderninho que seria a 1ª postagem que faria quando ligasse o computador! E foi isso. Me dei de presente um passeio inesquecível e aprendi tantas coisas novas. Isso, não há dinheiro no mundo que pague. Obrigado a todos que me ajudaram a realizar este sonho. Dedico essa postagem e toda essa viagem ao meu pai. Muito obrigado! Valeu!

terça-feira, 5 de abril de 2011

RAPA NUI - O FILME

Para os mais curiosos, existe nas (boas) locadoras um filme excelente sobre a ilha e seus antigos habitantes. "Rapa Nui" - Uma Aventura No Paraíso - é um filme de 1994, dirigido por Kevin Reynolds que faz uma leitura a respeito da vida dos povos que habitaram a Ilha de Páscoa num período anterior à chegada dos europeus. Tal leitura fica de acordo em boa medida com os estudos acadêmicos sobre a ilha, apesar de alguns anacronismos notórios e da inevitável liberdade tomada pelo diretor em determinados trechos da obra. Uma curiosidade: a trilha sonora foi feita por Stewart Copeland (ex-The Police).
Esse filme que mostra muito bem as antigas civililizações da Ilha de Páscoa, se passa em 1680, 40 anos antes da chegada dos holandeses. O povo de Rapa-Nui vivia dividido em duas classes: a nobre, chamada “Orelhas Grandes”, porque alongavam os lóbulos com o uso de ornamentos, o que representava status e os “Orelhas Pequenas”, uma classe discriminada e escravizada pelos Orelhas Grandes. Anualmente era realizado um cerimonial de reconhecimento ao Deus Hotu-Matua, protetor da ilha. Jovens dos vários clãs dos Orelhas Grandes eram selecionados e deviam passar por muitos obstáculos, como: descer de um penhasco de 300 metros, nadar por 1.609 km pelo mar infestado de tubarões, pegar um ovo de pássaro dentro de um ninho no cume de um rochedo, nadar de volta à ilha, escalar outro rochedo e ainda ser o primeiro a apresentar a ovo inteiro aos anciões da tribo. o vencedor se tornaia o “homem pássaro” - o mais respeitado membro da comunidade, coberto de regalias. Noro, (Jason Scott Lee), neto do líder dos Orelhas Grandes, aceita o desafio. Ele luta pelo seu grande amor, Ramana (Sandrine Holt), uma bela mulher do clã dos Orelhas Pequenas, e a pede em casamento. A união entre as diferentes classes sociais são proibidas mas, Noro explica-lhe que como homem pássaro pode mudar os tabus sociais. Enquanto isso o Orelhas Pequenas são cada vez mais escravizados na construção da maior estátua da ilha. A pobreza e a ruína de suas casas iluminam o fogo da revolta no coração de Make (Esai Morales), um dos jovens escultores. Chocado, ao tomar conhecimento que Ramana havia concordado em casar com um Orelha Grande, inscreve-se na corrida, após permissão do ancião chefe. Perde. E lidera uma rebelião contra os Orelhas Grandes e exterminam quase todos. E derrubam os Moais que eram a representação da sua escravidão.

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NOTÍCIAS DO FUNDO DO BAÚ

Olá! Eu sou o Pedro Ivo. Filho mais velho do Edu do Baú. No dia em que fui deixar meu pai no aeroporto, só acreditei mesmo que ele fosse quando vi ele entar no avião! Como num filme de aventura, achei que antes do avião subir, ele tentaria escapar de alguma forma, tipo um Indiana Jones. Antes havia me dito que mandaria alguns cartões postais. Um para mim, outro para minha avó e outro para vocês! Pediu que escaneasse e colocasse aqui. Como sei o login e a senha foi uma tarefa simples. Para falar na linguagem dele:"Valeu! Abração"! Obs: Nunca concordei com ele quando me disse que havia tirado a caixa de comentários. E quando entrei aqui, tive muita vontade de liberar, mas ele é muito chato e com certeza me mataria! Disse também que sairia de lá na quarta ou quinta. Era só. Missão cumprida! Ok? Falou, até a próxima!

"RAPA NUI" - A LONGÍNQUA ILHA DE PÁSCOA

"Terra à vista!" – Em um grito súbito, o vigia da gávea da galeota holandesa De Afrikaanske Galei chamava a atenção do comandante comodoro Jacob Roggeveen. Aproximavam-se de uma ilha que não constava no mapa. Eram seis horas da tarde, num domingo de páscoa de 1722. Com o Sol já se pondo, o comodoro chega em tempo de avistar ao longe, no litoral, enormes gigantes, os quais, sobre longas muralhas de pedra, pareciam dispostos a evitar o desembarque. Resolveu então ancorar ali mesmo e esperar a claridade da manhã seguinte para tomar uma decisão. Ao amanhecer, avistaram gente normal se movimentando entre os gigantes. Decidiram então desembarcar, após batizarem a ilha em homenagem à data de sua descoberta. Ao desembarcarem, o movimento dos nativos, que curiosos correram em massa para saudar os desconhecidos, assustou os europeus, que de imediato, abriram fogo contra eles, matando muitos deles. Ao chegar no interior da ilha, Roggeveen descobriu que o que pareciam ser muralhas, eram na verdade longas e maciças plataformas de pedras onde se enfileiravam centenas de figuras feitas em pedra (monolíticas) esculpidas apenas da cintura para cima, todas adornadas com um capacete cônico vermelho. Roggeveen foi o primeiro e o útimo europeu a admirar as estátuas em seu perfeito estado.Após sua partida, passaram-se 50 anos antes que outros europeus pisassem em Hapa Nui, como os habitantes a chamavam. E quando assim o fizeram, trouxeram consigo doenças, desgraça, violência e morte para os habitantes desta ilha. Nada de muito espantoso comparado ao costume europeu de levar a desgraça a todas as civilizações primitivas que encontravam, em nome de seus reis, sua ganância e sua igreja. E assim, nos anos seguintes, os habitantes conviveram com toda a sorte de aventureiros e exploradores até que em 1862, os habitantes da ilha sofreram o golpe final. Traficantes de escravos levaram embora seu rei, seus ministros, toda a sua casta e todos os homens válidos para trabalhar nas estrumeiras de Guano, no litoral do Peru. Mais tarde, quando o governo peruano decidiu deter o tráfico, somente 15 deles estavam vivos. Estes foram levados de volta à sua ilha, e ajudaram a dizimar a população restante com as doenças trazidas consigo. Das 4 mil pessoas estimadas que haviam lá época de seu descobrimento, em 1862 restavam apenas 111.Toda uma cultura destruida em menos de 2 séculos. Os documentos escritos, por meio de" tabiinhas" gravadas com hieróglifos foram achados pelos missionários e destruidos em nome da santíssima igreja. Acabem com todos!
"Rapa Nui", "Ilha dos Gigantes de Pedra" ou "Umbigo do mundo", também conhecida como “Ilha de Páscoa “ é uma das ilhas mais isoladas e afastadas regiões do mundo!
Com apenas 116 km², situa-se a 3700 km a oeste da costa da América do Sul e quase 2000 km a sudeste de Pitcain, a ilha habitada mais próxima. Sua população: 3.000 habitantes. O formato triangular é resultado da atividade de seus três principais vulcões: Poike, a leste, com cerca de 3 milhões de anos; Rano Kau, a sudeste, com aproximadamente 1 milhão de anos; e Maunga Terevaka, a norte, cuja erupção há 300 mil anos formou a ilha, juntando os dois vértices mais antigos.
A ilha é considerada "o umbigo do mundo", no meio da imensidade do oceano Pacifico, pelo seu “pequeno” tamanho. Sua paisagem de origem vulcânica, é um verdadeiro museu ao ar livre com os seus “moais”, gigantescas estátuas de pedra, algumas com mais de 10 metros de altura, que se destacam sempre em contraste com o céu azul da ilha. Esse nome, “Rapa Nui” foi dado pelos nativos, claro. Um certo explorador holandês, um tal de Jakob Roggeveen chegou lá em 1722, num domingo da Páscoa, daí veio o nome. Ela é importante pelas descobertas arqueológicas feitas ali: é a ilha do Pacífico mais rica em megálitos, além da única fonte que prova a existência de um sistema de escrita genuíno e antiquíssimo na Polinésia. Até hoje existe muito mistério sobre a construção dos moais, as estátuas gigantes de pedra espalhadas curiosamente pela Ilha. Ninguém sabe afirmar, ao certo, como essas estátuas que representam figuras humanas foram erguidas e transportadas.
"Moai" é o nome que designa as gigantescas estátuas de pedra espalhadas pela Ilha de Páscoa. Construídas por volta de 1300 d.C. pelo povo Rapanui. Os moais, cujas cabeças ostentam "pukaos" - cilindros de pedra vermelha pesando até doze toneladas, possivelmente representando um cocar de penas vermelhas - representam, de modo estilizado, um torso humano masculino de orelhas longas, sem pernas. Em sua maioria, medem entre 4,5 a 6 metros de comprimento e pesam entre 1 a 27 toneladas. A maior delas, entretanto, tem mais de 20 metros de altura. As mais de 887 estátuas da Ilha de Páscoa contêm em si uma pergunta imediata: como um lugar tão pequeno e isolado poderia originar uma cultura capaz de obras tão espetaculares?
Essas estátuas imensas de Rappa nui, intrigam cientistas e pesquisadores, pois não há nada que prove como foram feitas, como foram carregadas, e nem mesmo porquê foram criadas. São várias espalhadas por todo o território da Ilha, território, que hoje pertence ao Chile. Estes monumentos de orelhas, e membros alongados, ou apenas a cabeça, se põem de uma forma intrigante como que olhando o horizonte, muitas pessoas falam de seu grande poder astronômico, pois estudos comprovam que elas não olham ao horizonte e sim para as fases da Lua. Muitos moradores da Ilha, que hoje em dia são mestiços, dizem que estas estátuas têm um poder ancestral muito grande, e que podem ser a representação de possíveis visitantes extraterrenos, os quais deixaram sua representação aqui.
A Ilha de Páscoa é muito procurada por turistas do mundo todo pela sua beleza e principalmente pela energia e dúvidas sobre sua própria origem ou o segredo dos moais. Desvendar esses mistérios não é uma tarefa fácil. Vamos lá conferir?